Nessie 


Ficar longe do Jake estava acabando comigo, mais nada fazia sentido pra mim, eu só não fazia nenhuma besteira porque Bill prometeu me ajudar, ele estava sendo minha única salvação. Bill é o único amigo que eu tenho, mas confesso que ele é gatinho, pelas fotos que já vi dele deixa até mesmo o Jake no chinelo.


Os dias foram se passando e eu definhava no mundo que criei pra mim, um mundo onde meu pai não existia. Eu só saia do quarto pra caçar com minha mãe e o tio Emm ou pra ir às compras com a tia Alice, mas sempre na supervisão do meu pai.


Um mês havia se passado e Bill não havia mais tocado no assunto sobre vir pra Forks e até achei melhor ele se esquecer desse assunto, eu não quero que nada lhe aconteça. Depois que marquei com Seth pra falar com Jake ele nunca mais ficou on. Quando meu pai saia eu ligava pro Jake e pros meninos, mas eles não me atendiam, parecia que estavam me evitando.


Até que um dia meu avô Charlie veio me visitar e me convidou pra ir pescar com ele, não teve como meu pai recusar, acho que tia Alice previu, pois um dia antes ela inventou uma ida a Seattle com tio Jasper, eles queriam passar um tempinho sozinhos. Como estava fazendo um calor gostoso, não tinha como ninguém da minha família ir junto.


Sem perder tempo corri pra me arrumar, coloquei um biquíni preto, e escolhi um vestido preto longo. Fiz uma maquiagem pesada toda preta, eu queria era irritar meu pai. Tenho certeza que ele achava que na primeira oportunidade eu correria atrás do Jake, mas isso não iria rolar, estava com bastante raiva dele por ele me abandonar assim, sem ao menos lutar pelo nosso amor, acho que esse lance de imprinting é uma furada. Entrei no carro de Charlie em silêncio, e assim se seguiu até a estrada quando ele começou a puxar assunto comigo.


_ Querida você está bem? –Ele perguntou preocupado. –Estou sentindo você triste demais.


_Pra falar a verdade não vovô. Me sinto presa na mansão, não tenho amigos, alguém pra conversar, sair e me divertir.


_ Eu nunca vou entender essa do seu pai querer você de baixo da asa dele, até estudar você não pode.


_ Eles mesmos me ensinam vovô e isso eu só tenho a agradecer, eu aprendo coisas que nenhuma escola me ensinaria corretamente. Agora quero me preparar pra ir pra Universidade, pelo menos isso eles não podem tirar de mim.


_ E o Jake? Nunca mais vi vocês juntos.


_ O Jake é legalzinho vovô, mas não quero ficar ligada a ele apenas entende? Quero alguém da minha idade pra me divertir, me cansei de fazer tudo só com ele. –Menti, eu não queria mais um motivo pro meu pai me atormentar.


_ Eu pensei que vocês se gostassem.


_ Eu gosto dele, só não quero ficar em segundo plano entende? Ele tem a oficina, os amigos...


Não demorou muito que chegássemos à cidade e meu avô parou no mercado pra comprar cerveja pra ele e refrigerante pra mim. Enquanto ele estava no mercado eu saí do carro e fiquei observando as pessoas até que sinto algo estranho, parecia que eu estava sendo vigiada, não sei por que, mas comecei a pensar no Bill, nós dois juntos, nisso sinto um arrepio percorrer minha espinha e meus pelos irisarem, era uma sensação gostosa de se sentir. Olhei ao redor, mas não vi nada fora do comum, nada me chamou a atenção até que meu avô chegou e eu me assustei.


_ Nossa vovô que susto!


_ Vamos?


De repente eu tive uma ideia, levar meu avô pra um lindo lago que Jake me levou uma vez, eu queria atiçar todo mundo, de um lado eu queria que Jake ficasse sabendo que eu estive na reserva e não o procurei e do outro lado meu pai, sabendo que fui à reserva e não procurei pelo Jake.


Por sorte meu avô sabia o caminho e em vinte minutos já estávamos chegando. Eu tratei de ajudá-lo a colocar as coisas próximo ao lago, estendi uma toalha e me sentei enquanto ele arrumava as coisas para a pescaria.


_ Nossa vovô, eu estava sentindo falta dessa nossa saída.


_ Eu também querida, já fazia tempo que não saiamos apenas nós dois.


_ O senhor tem que fazer isso mais vezes. –Eu disse dando um sorriso sincero depois de um bom tempo no escuridão.


Logo ele se concentrou em sua pesca e eu fiquei apenas observando-o, ainda com aquela sensação de que estava sendo observada. Peguei meu celular e comecei a tirar algumas fotos do meu avô pescando, até que de repente comecei a ficar com sono fora do comum, acabei me ajeitando em cima da toalha e adormeci ali mesmo.


Eu me via deitada no chão próxima ao lago, mas meu avô não estava, olhei ao redor e nada via, mas aquela sensação de que alguém me observava ainda era presente. Fui caminhando lentamente até mim e me abaixei para me tocar quando de repente eu abro os olhos e é como se eu que estava agachada e o outro eu que estava deitada nos unimos de uma só vez, o que me fez ficar tonta.


Logo ouço uma voz... Alguém me chamando, e quando olho em direção a grande árvore vejo um rapaz muito bonito, sua voz é linda, me chamando em um sussurro deliciosamente tentadora, como se me hipnotizasse.


Quando dei por mim, o rapaz já estava ao meu lado e para minha surpresa era Bill. Ele colocou sua mão em meu rosto e de seus lábios surgiu o sorriso mais lindo que eu já tinha visto.


_ Oi minha linda...! Eu não disse que viria?


_ Bill? O que você...?


_ Shiii. –Ele disse colocando um dedo em meus lábios. – Não se preocupe, agora você está segura.


_ Estou com medo.


_ Não fique. Estarei aqui sempre que você precisar. Basta me chamar que virei até você.


_ Sei que isso é apenas um sonho. –Eu disse ficando triste de repente.


_ Você confia em mim?


_ Plenamente.


_ Então basta me chamar.


Ao dizer isso ele me deu um beijo delicado em meus lábios e logo desapareceu.



Nisso eu acordei assustada e me sentei olhando ao redor, mas não havia ninguém, mas sensação permanecia. Tentei me distrair, mas não conseguia, depois de me divertir bastante com meu avô, ele me levou pra casa. Eu estava feliz, meu avô havia pescado alguns peixes, nos divertimos bastante e o primeiro sonho que tive com Bill. Assim que chegamos à mansão, nos despedimos e logo ele se foi. Ao entrar na mansão a aporrinhação logo começou.


_ Eu não disse que você está proibida de ir pra reserva?


_ Oi família. –Eu disse ignorando-o.


_ Como foi à pescaria com o Charlie?


_ Foi ótimo tio Emm, faltou você lá. –Eu disse com um largo sorriso.


_ Eu estou falando com você. –Ele disse me segurando pelo braço.


_ Você sente prazer em me atormentar, não? Larga de ser cretino! Você viu o que aconteceu lá, e está me perturbando por quê?


Nisso apenas senti a ardência do tapa que meu pai me deu em meu rosto e que me fez cair no chão.


_ Olha o respeito! Eu sou seu pai!


_ Edward! –Disse Esme em choque.


_ Vai pro inferno! O respeito que eu tinha por você já era! Qual parte você não entendeu?


Quando ele tentou vir pra cima de mim, tio Emm entrou na frente segurando-o.


_ Você está louco Ed! Desde quando você virou esse cara violento? Se você fosse humano eu diria que você está se drogando!


_ Essa menina me tira do serio!


_ Eu deixei de ser menina há muito tempo! Só você não percebeu isso! –Eu disse para provocá-lo.


_ O que você quis dizer com isso?


_ Pra bom entendedor meia palavra basta.


_ Filha vai pro seu quarto! –Disse minha mãe tentando evitar o pior.


_ Eu não acabei com você! O que você quis dizer com isso?


_ Ela só está te provocando meu irmão! Para com isso! - Disse Alice.


Logo subi para meu quarto, eu já não suportava nem mesmo olhar pra cara do meu pai. Fui direto pro banho, eu queria ficar sozinha e poder esquecer desse inferno que vivo por aqui. Ao sair do banho, vesti apenas o roupão e fui me deitar, eu estava triste demais, eu queria me afundar em meu mundo. Porque meu pai tem que ser assim comigo? Sempre fui um exemplo de garota, nunca dei dor de cabeça pros meus pais, e mesmo assim ele me atacava. Pensando nisso comecei a chorar.


_ Bill...! Me ajude!


Foi dizer isso e de repente apaguei.


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