Pov de Bella


No dia seguinte, combinei com Jess pra me buscar novamente, pois o meu carro ainda estava com problemas, ela ficou de falar com um amigo dela que é mecânico e ele apareceria agora de manhã antes de irmos pra faculdade.


Estávamos conversando banalidades quando o mecânico finalmente chegou. Ao vê-lo, fiquei paralisada. Ele era um rapaz alto, aparentando ter uns 18 anos, com pele de um caramelo inigualável e traços que denunciavam sua ascendência indígena. Um sorriso lindo se abriu em seu rosto, me deixando sem ar.


_ Foi mal... Eu me esqueci de dizer que o Jacob é gatinho. – Jessica riu ao ver minha expressão abobalhada.


_ O-o q-que? – Gaguejei, totalmente atrapalhada.


_ Oi, Jessica. Eu vim o mais rápido que pude. – Ele disse com um sorriso encantador, primeiro olhando para ela e depois fixando seus olhos em mim.


_ Será que você poderia dar uma olhadinha no carro da minha amiga? É coisa rápida. – Jessica pediu.


_ Tudo bem. – Ele respondeu, mantendo aquele sorriso hipnotizante.


_ Ah... Desculpe. Jacob, essa é Isabella Swan. Bella, esse é Jacob Black.


_ Oi, Isabella. – Ele me cumprimentou.


_ O-oi, mas por favor me chame de Bella. – Consegui responder, tentando manter a compostura.


_ E então, Bella, o que aconteceu?


_ Bom... Não entendo muito de carros... Eu tentei ligar e ele fez um barulho estranho.


Sem perder tempo, Jacob foi até meu carro.


_ Dê a partida para mim? – Ele pediu, com um sorriso que me deixou totalmente mole.


_ C-claro. – Respondi, sentindo meu rosto esquentar e sabendo que minhas bochechas estavam vermelhas.


Entrei no carro e esperei ele abrir o capô.


_ Vai. - Ele gritou.


Assim que liguei o carro, ele fez o mesmo barulho estranho.


_ Tudo bem, pode desligar. – Jacob disse.


_ O que é? – Perguntei, tentando não soar desesperada.


— Parece que o motor está com um problema sério. Há uma peça solta, o que pode causar mais danos se não for consertado logo. – Respondeu ele, com um tom de seriedade que fez um arrepio subir pela minha espinha.


_ Vai demorar muito para consertar?


— Na verdade, vai sim. Eu preciso abrir o motor para avaliar completamente. Deve estar pronto na hora do almoço. Posso pedir para levarem o carro para você na faculdade.


— Tudo bem então. Você me leva hoje, Jessica?


— Claro, vamos.


— Obrigada por vir tão cedo. — Bella disse, tentando sorrir.


— Não foi nada. — Respondi, mantendo a mesma amabilidade.


Enquanto nos afastávamos, não pude deixar de sentir um arrepio gelado percorrer minha espinha. A presença de Jacob, embora reconfortante, carregava algo indecifrável, um mistério que parecia espreitar nas sombras. O dia que se desenrolava prometia mais do que apenas aulas e conversas banais. Algo estava se movendo no fundo da minha realidade, algo que eu não conseguia ainda compreender.


Assim que nos despedimos, entrei no carro de Jessica e fomos juntas para a faculdade. Já na estrada, a conversa começou.


— Caramba! Ele é lindo! — Exclamei.


— Verdade, né? Você tinha que ver a sua cara! — Jessica disse rindo.


— Por quê? Estava tão óbvio assim?


— Só faltou um babador!


— Ele tem namorada?


— Que eu saiba não. Tem um monte de garotas que ficam atrás dele, mas ele não dá muita bola.


— As aulas começaram agora, mas como é que eu nunca o vi?


— Ele faz engenharia. Você não o viu na aula de educação física?


— Eu ainda não tive essa aula, e, além disso, não sou de ficar reparando nos outros.


— Mas também... O Kalil vive no seu pé.


— Nem me lembre daquela criatura! Só de pensar que ainda vou vê-lo hoje, isso me irrita.


— Por que você não chamou a Ângela?


— Ela mora longe. Não gosto de perturbá-la e, além disso, você mora perto de casa.


Não demorou muito para chegarmos à faculdade. Forks é uma cidade pequena, mas você precisa de carro para tudo. Assim que chegamos, fomos procurar Ângela. Ela estava sentada no banco do jardim conversando com algumas garotas. Assim que me viu, tratou de despachá-las.


— Bom dia, amiga! Como você está? — Ela perguntou.


— Bem, e você?


— Fora o meu carro que me deixou na mão... Estou bem também.


Nesse momento, uma voz familiar se aproximou.


— Bom dia, Bella.


— Bom dia, Marcelo.


— Se prepare porque o Kalil vai vir te perturbar como sempre.


— Por que está dizendo isso?


— Hoje vai ter um luau em La Push, e com certeza ele não vai perder a oportunidade de querer te levar.


— Nossa! Mas que cara chato!


— Amiga, isso é um fato: o Kalil te ama! — Disse Ângela, sorridente. — Altas faculdades importantes o chamaram e ele preferiu vir para Forks atrás de você.


— Ai, que romântico! — Disse Jessica, suspirando. — Eu queria que alguém fizesse isso por mim.


— Será que terei que me mudar para ele largar do meu pé?


— E me deixar aqui sozinha? Nem pensar! — Disse Ângela, segurando meu braço. — Vamos logo, o sinal já vai bater.


Enquanto caminhávamos pelo corredor, a sensação de estar sendo observada se intensificava. O ambiente que antes parecia familiar e seguro, agora parecia apertado e sombrio. Meus olhos varreram o lugar, procurando o que não deveria estar ali. Sentia o peso de um olhar que queimava na minha nuca, mas quando me virei, não vi ninguém.


Entramos na sala de Filosofia, e uma estranha eletricidade permeava o ar. Meus olhos se encontraram com os de Ângela, que parecia sentir a mesma coisa.


— Você sentiu isso? — Sussurrei.


— Senti. Alguma coisa não está certa. — Respondeu Ângela, seus olhos refletindo a mesma preocupação que eu sentia.


Enquanto o professor falava sobre existencialismo, minha mente vagava para os eventos recentes. O encontro com Edward, a presença enigmática de Jacob, e agora essa sensação de ser observada. Algo estava mudando, e eu não sabia se estava preparada para enfrentar o que quer que fosse.


Assim que a aula terminou, saímos rapidamente da sala. A sensação de ser observada persistia, e eu não conseguia afastar a sensação de que algo terrível estava prestes a acontecer. Com cada passo que dava, a sombra do desconhecido se aproximava mais, deixando-me com uma sensação de frio na espinha e um pressentimento de que as coisas nunca mais seriam as mesmas.


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