Pov de Nanda
Estava sentada em um café aconchegante, próximo à casa de Taylor. O aroma do café recém-coado preenchia o ar, e eu observava pela janela o movimento da rua enquanto esperava por Taylor. O futuro de minha filha estava constantemente em minha cabeça, e eu sabia que precisava garantir a felicidade e a segurança dela.
Assim que Taylor entrou no café, acenei para ele, e ele se aproximou com um sorriso caloroso. Nos cumprimentamos e sentamos em uma mesa no canto, longe da agitação.
_ Obrigada por vir, Taylor. - Eu disse tentando esconder a preocupação em minha voz.
_ Claro, Nanda. O que aconteceu?
_ Eu estou preocupada com o futuro da Daniely. Ela parece estar feliz por estar morando com você, mas acho que precisamos garantir que essa felicidade dure. Eu queria discutir algumas ideias com você. - Eu disse respirando fundo.
Taylor assentiu, incentivando-a a continuar.
_ Eu acho que seria bom se você a pedisse em casamento. - Sugeri, observando atentamente a reação de Taylor. - Ela precisa de estabilidade e de alguém que realmente se importe com ela. E, para ser honesta, meu enteado Henrique é apaixonado por Daniely. Eu não quero vê-los juntos. Não seria saudável para nenhum deles.
_ Eu amo Daniely, Nanda. E quero o melhor para ela, e já lhe disse que faço qualquer coisa pra tê-la ao meu lado.
_ Sei que estou sendo precipitada, mas às vezes, dar um passo adiante pode ser a coisa certa a fazer. Ela precisa de você agora mais do que nunca.
Passamos a próxima hora discutindo a melhor forma de Taylor passar mais tempo com Daniely, planejando atividades e momentos que pudessem fortalecer ainda mais o vínculo entre eles. Taylor prometeu considerar seriamente o pedido de casamento e encontrar a melhor maneira de mostrar a Daniely o quanto ele a amava.
Depois da conversa, voltei para casa. A casa estava silenciosa, um contraste doloroso com os dias animados de antigamente. Suspirei ao perceber que, mais uma vez, Victor não estava em casa. Ele ainda estava dando um tempo no casamento, hospedado em um hotel para "esfriar a cabeça".
Subi as escadas lentamente, sentindo o peso da ausência de Victor. Cada passo ecoava na casa vazia, lembrando-me da distância crescente entre nós. No quarto, eu me sentei na cama e peguei uma foto de família da mesinha de cabeceira. Era de um tempo mais feliz, quando todos estavam juntos e sorrindo.
Eu sabia que reconquistar Victor não seria fácil, mas estava determinada a tentar. Afinal, eu já havia superado muitos obstáculos em minha vida, e este seria apenas mais um. E, enquanto trabalhava para garantir o futuro de Daniely com Taylor, eu também me empenharia em restaurar a felicidade e a unidade de minha própria família.
Fechei os olhos por um momento, orando, pois amanhã seria um novo dia, e eu estava pronta para enfrentar os desafios que ele traria. Eu faria o que fosse necessário para proteger aqueles que amo e garantir que todos tivessem um futuro brilhante e cheio de amor.
Passei a fazer planos, escrevendo listas e esboçando estratégias para trazer Victor de volta. Eu não queria que o meu casamento desmoronasse por causa de um mal-entendido ou orgulho ferido.
Pov de Daniely
Eu estava sentada no chão do quarto, abraçando os joelhos junto ao peito. O quarto estava em silêncio, mas minha cabeça estava longe de estar tranquila. Os eventos traumáticos da minha festa de formatura ecoavam em minha cabeça, tornando impossível encontrar paz. Fechei os olhos, e os flashbacks começaram a surgir, um após o outro, como um filme horrível que eu não conseguia parar de assistir.
A festa de formatura estava em pleno vapor. Luzes coloridas piscavam e a música alta fazia o chão vibrar. Eu estava feliz, usando um vestido que havia escolhido com tanto carinho. Mas, então, tudo começou a desmoronar. Primeiro, foram os sussurros e os olhares. Tentou ignorá-los, mas logo as risadas se tornaram impossíveis de ignorar.
_ Minha nossa! - Bruno disse entre gargalhadas. - Achou mesmo que eu iria te beijar? -Ele disse alto chamando a atenção de algumas pessoas a nossa volta.
Nisso a música foi interrompida e Rachel estava no palco, ela começou a ler a agenda que estava em sua mão e para meu desespero era meu diário. Conforme ela ia lendo, as pessoas me olhavam e começavam a rir, pois ali estavam escritos coisas que eu não contava a ninguém, eram situações que eu passava com o Bruno no dia a dia, meus sentimentos e isso foi motivo de todos rirem de mim.
Meu coração apertou, e eu senti meu rosto esquentar. Tentei me afastar, mas as risadas me seguiam. De repente, alguém jogou uma bebida em meu vestido, olhei para baixo, horrorizada, enquanto o líquido se espalhava pelo tecido. As lágrimas começaram a brotar em meus olhos, mas eu tentei manter a compostura.
_ Hey princesa... Não vai chorar né? - Bruno disse alto. - Eu jamais ficaria com uma garota esquisita como você!
Apenas saí correndo sem olhar pra trás.
Abri os olhos, tentando afastar as lembranças. Minha respiração estava rápida e irregular, uma crise de pânico se aproximando. Eu tentei usar as técnicas que a terapeuta havia ensinado – respirar fundo, contar até dez, focar em algo no ambiente – mas nada parecia funcionar.
As crises de pânico me impediam de voltar para a faculdade. Cada vez que eu tentava me convencer a sair de casa, o medo me paralisava. As memórias das humilhações eram como uma prisão invisível, e eu me sentia incapaz de me libertar.
Senti um nó se formar em minha garganta. As lembranças eram dolorosas, mas eu sabia que precisava enfrentá-las, mas estava difícil. Me levantei do chão e caminhei até a janela. O sol estava se pondo, tingindo o céu com cores suaves.
Fechei os olhos e respirei fundo, deixando o ar fresco acalmar meu coração acelerado. Sabia que o caminho para a recuperação seria longo e difícil, mas estava determinada a encontrar uma maneira de superar o passado.
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