Pov de Jacob


Cresci ouvindo histórias assustadoras sobre meu povo, histórias que poderiam dar medo em qualquer um. Jurei a mim mesmo que não deixaria essa maldição se concretizar. Depois que conheci Bella, meu mundo virou de pernas para o ar.


O que sinto por ela é intenso, como se ela fosse parte de mim, e tenho que protegê-la de qualquer forma. Notamos olhares curiosos de algumas pessoas, mas nada que nos deixasse desconfortáveis.


Depois de nos divertirmos bastante, eu a levei para casa e acabei ficando por lá. Não queria deixá-la sozinha, temendo que algum sanguessuga tentasse se aproximar dela. Passamos um fim de semana tranquilo, mas na segunda-feira nossa rotina voltou ao normal. Teríamos que ir pra faculdade e depois eu faria minhas rondas.


Eu teria aula só mais tarde, então a deixei na universidade, prometi voltar para buscá-la na saída. Fiz mil recomendações: não falar com estranhos, evitar ficar sozinha e, caso o outro tentasse se aproximar, ligar para mim imediatamente. Não estava confortável em deixá-la assim, mas tínhamos compromissos que não poderíamos adiar. Logo voltei para a reserva com seu carro, mas meu coração havia ficado com ela.


Pov de Bella


Passar o fim de semana com Jacob foi mágico. Foi como se algo dentro de mim se iluminasse. Pena que tudo o que é bom dura pouco, e logo tivemos que voltar à realidade. É estranho saber de toda essa história sobre vampiros e lobisomens, pelo menos isso explica um pouco sobre minha vida, que até então era um buraco negro. Pensando nisso, fui procurar o senhor Kesller. Ele tinha que saber das novidades.


O procurei por toda a universidade, mas não o encontrei. Deixei recado com a secretária, pois hoje não teria aula com ele, e fui para minha aula de Educação Física, uma aula que eu não fazia muita questão de participar, pois sou péssima em esportes.


A aula se arrastou naquela manhã, parecia não passar. Perdi a conta de quantas vezes deixei a bola passar por meus pés. Já no fim da aula, o treinador nos liberou, e eu só queria tomar um banho, eu estava nojenta e suada.


Ao chegar ao vestiário, notei uma aglomeração na área dos chuveiros. Preferi deixar que as meninas tomassem seus banhos primeiro, não gosto de plateia. Quando o vestiário ficou completamente vazio, fui tomar meu banho, ainda tendo tempo antes da próxima aula. Tomei meu banho sossegada.


Assim que terminei, fui para meu armário me trocar, mas ao entrar no corredor dos armários, me deparei com uma garota baixinha, delicada como uma fadinha. Me assustei com ela.


— Minha nossa! — Disse, dando um pulo.


— Desculpe pelo susto. — A garota disse com um largo sorriso, vindo em minha direção.


— Se você está procurando alguém, as meninas já devem ter ido para a sala do senhor Sullivan.


— Não... Eu estava te esperando.


— Te conheço de algum lugar? — Perguntei, tentando me lembrar. Não sou muito boa em guardar fisionomias.


— Nos conhecemos, mas você não se lembra. — Disse, se aproximando. — Me chamo Alice Cullen.


— Cullen... — Eu disse dando um passo para trás.


— Relaxa... Eu não vou te machucar.


— O que você quer? Ele te mandou aqui? — Eu disse segurando firme o nó da minha toalha.


— Não... Resolvi aparecer para dizer um "oi" para minha melhor amiga.


— Melhor amiga? — Estranhei aquela conversa.


— Vamos tomar um café... Aí eu lhe conto tudo.


— Mas você não...


— É modo de falar. — Ela disse rindo. — Troque de roupa... Te espero lá fora. — Disse, saindo e me deixando sozinha.


— Pronto, agora estou ferrada! Como avisarei Jake?


Troquei de roupa o mais rápido possível. Precisava conversar com o professor Kesller e tentar despistar a baixinha. Assim que saí do vestiário, ela estava lá me esperando, e eu não sabia como dispensá-la.


— Vamos?


— Er...


— Você estava me procurando? — Disse o professor Kesller, aparecendo do nada.


— Ah, sim...


— Estávamos de saída, senhor. — Alice disse amável.


— Eu preciso muito falar com você e não posso esperar... Vocês conversam depois... Venha comigo até a minha sala, senhorita Swan.


— Depois nos falamos, Alice. — Eu disse aliviada. Não estava preparada para uma conversa séria com alguém da família Cullen.


Enquanto seguia o professor Kesller, não podia deixar de sentir que algo sinistro estava à espreita. O corredor parecia mais longo e escuro do que de costume. Quando chegamos à sala, ele fechou a porta com uma urgência que me fez estremecer.



— Bella, você precisa entender que a situação é mais grave do que parece. — Começou ele, sua voz baixa e urgente. — Os Cullens não são a única ameaça. Existem forças antigas que estão se movendo, e você está no centro disso.


Meu coração acelerou, e uma sensação de pavor tomou conta de mim. As palavras dele reverberavam em minha cabeça, criando um turbilhão de medo e confusão.


Eu já estava começando a ficar apavorada com tudo que está acontecendo, é difícil de assimilar de que há um mundo além do nosso e que forças ocultas estão em todos os lugares. Dessa vez eu consegui me livrar da baixinha, mas até quando eu conseguiria ficar longe de encrenca?


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