Pov de Edward
Eu estava farto daquela conversa doentia de Aro sobre uma mulher que nem conhecíamos. Ele estava obcecado por ela, e eu queria entender o motivo. Certamente, ela não era normal, pois já haviam se passado 50 anos desde seu nascimento. Só podia ser algum experimento louco dele.
Tentei inúmeras vezes ler a mente de Aro, mas ele não era idiota. Sempre que estava perto de mim, ele deixava sua mente confusa de propósito, para que eu não soubesse qual era sua real intenção. Se ao menos tivéssemos alguma pista sobre essa mulher! Aro sabia realmente como me irritar.
Só de pensar em ficar no mesmo espaço que ele, sentia nojo. Meu triste destino era ser obrigado a me juntar aos Volturi para proteger toda a minha família da morte. Se eu soubesse o que o futuro reservava para mim, teria optado por morrer naquele hospital imundo de gripe espanhola.
Nada fazia sentido para mim até que eu a encontrei. Caminhando pelas ruas de Forks, senti aquele cheiro delicioso, como se ele me chamasse. E então a vi, a criatura mais linda que já havia encontrado em toda minha existência.
Uma jovem de olhos cor de chocolate, pele pálida como mármore, que quase poderia ser uma vampira. O que me surpreendeu foi o horror em seus olhos ao me ver, como se eu fosse o próprio demônio. Ela se virou e correu na direção oposta.
Com minha velocidade vampírica, poderia alcançá-la facilmente, mas sua reação foi como um punhal no meu peito. Sem pensar, fui atrás dela, guiado por uma necessidade inexplicável. Logo a alcancei no beco, onde ela estava paralisada de medo. Aproximando-me lentamente, nossos olhares se encontraram, dizendo mais do que palavras poderiam expressar.
_ Moça, me desculpe se lhe assustei. Esta não era minha intenção. – Minha voz saiu suave, tentando acalmá-la.
Ela parecia lutar contra o medo, mas algo nela ainda estava em alerta.
_ Quem é você? – Perguntou, sua voz tremendo.
_ Meu nome é Edward Cullen. – Respondi, mantendo o tom gentil.
Hesitante, ela deu um passo para trás, mas não fugiu. Aos poucos, vi sua tensão diminuir, embora a desconfiança permanecesse em seus olhos. Caminhamos lado a lado pelo parque, conversando sobre banalidades enquanto a levava para casa.
Era estranho como minha vida havia mudado em um instante. Eu, que sempre me considerei um monstro, agora estava ao lado de alguém que parecia ver além da minha fachada. Contei-lhe um pouco sobre minha família, mencionando nossos anos na Itália e nossa recente mudança para Forks.
Quando chegamos à casa dela, a despedida foi surpreendentemente natural. Beijei sua mão educadamente e a observei entrar. Fiquei ali, por um momento, sentindo uma estranha sensação de paz. Fisicamente ela não me era estranha, mas era como se eu conhecesse sua alma.
Depois disso resolvi ir pra casa, eu precisa pensar no que havia me acontecido. Eu estava deitado no sofá, a noite trouxe inquietação. Meus pensamentos estavam nela, em seus olhos, na maneira como seu medo inicial deu lugar a uma confiança hesitante. Eu precisava de respostas, mas quem me ajudaria?
A madrugada passou como um borrão, com flashes de nossa conversa, meus pensamentos. A imagem de Bella, aquela jovem misteriosa, não me deixava em paz. Sentia que nossos destinos estavam entrelaçados de uma forma que ainda não conseguia compreender. E, por mais que tentasse, não conseguia afastar a sensação de que algo sombrio e perigoso estava prestes a acontecer.
Ao amanhecer, ouvi barulho de carro, eram minha família começando a se reunir na sala, então sem esperar que me chamassem, corri pra saber das novidades. Chegando na sala a tensão no ar era palpável, e percebi que algo havia acontecido durante minha ausência.
_ Edward, precisamos conversar. – Disse Carlisle, com um olhar grave.
Sentei-me, preparando-me para ouvir o que ele tinha a dizer. Mas minha mente estava dividida. Parte de mim estava aqui, com minha família, enfrentando os desafios que sempre surgiam. Mas outra parte estava ainda naquela casa, com Isabella, tentando desvendar os segredos que ela escondia.
O dia prometia ser longo, e eu sabia que a partir desse momento, nada mais seria como antes. Algo sombrio e perigoso estava se aproximando, e eu precisava estar preparado para enfrentar o que quer que fosse.

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