Eu estava paralisada de medo, sem saber para onde correr. Mesmo eu tendo corrido, aquele homem estranho se aproximava cada vez mais, sua figura imponente destacando-se na escuridão. Mesmo apavorada, havia algo inexplicável que me dizia que ele não iria me machucar. Ele se aproximou lentamente, seus passos ecoando sinistros na rua deserta. Quando falou, sua voz era surpreendentemente doce:
_ Moça, me desculpe se lhe assustei. Esta não era minha intenção.
Aos poucos, comecei a relaxar, mas ainda mantive a guarda alta.
_ Tudo bem, mas quem é você?
_ Meu nome é Edward Cullen. – disse ele, educadamente.
Mesmo sem ter total confiança nele, me mantive em um distanciamento seguro. À medida que conversávamos, eu não conseguia evitar a sensação de que algo estava terrivelmente errado, mas sua presença parecia hipnotizante. Com o coração ainda acelerado, caminhei ao lado dele pelo parque, onde ele se ofereceu para me acompanhar até em casa.
Passei minha vida inteira com medo de uma sombra, e agora, ali estava eu, frente a frente com o bicho-papão, conversando como se fôssemos velhos amigos. Ele mencionou que tinha três irmãos, pais maravilhosos e que haviam vivido por muito tempo na Itália, mas mudaram-se para Forks há alguns anos.
E eu? O que eu poderia dizer sobre mim? Nada, pois nem eu mesma sabia quem ou o que eu era. Compartilhei o pouco que sabia: minha mãe morreu no parto, e fui criada pelo meu pai adotivo, Charlie. Quando nos despedimos, ele beijou minha mão de forma elegante e se foi, desaparecendo na noite.
Era muita informação para processar. Muitas coisas novas estavam acontecendo, e eu só tinha uma pessoa com quem poderia desabafar: o professor Fernando. Tomei um banho rápido e me deitei, exausta.
Naquela noite, fui invadida pelo meu mundo de sonhos. Parecia tranquilo, mas a tensão persistente permanecia à espreita. Na manhã seguinte, acordei com o som estridente do despertador. Já eram dez horas, e eu estava muito atrasada. Pulei da cama, me vesti às pressas e corri para a faculdade, pegando apenas uma maçã para comer no caminho.
Ao chegar ao faculdade, corri para dentro do prédio, tentando acalmar minha mente perturbada pelos eventos da noite anterior. O resto do dia seguiu como de costume: fiquei com meus amigos e estudei muito, mas os flashes da noite anterior continuavam a assombrar meus pensamentos. A imagem de Edward, aquele homem misterioso, não me deixava em paz.
Sentia que, de alguma forma inexplicável, nossos caminhos se cruzariam novamente. E o que isso significaria? Eu não sabia, mas a ansiedade e o terror me acompanhavam a cada passo, como uma sombra persistente, sempre presente, sempre espreitando.

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